sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Educação




Desempenho de cotistas fica acima da média


Estudos realizados pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pela Universidade de Campinas (Unicamp) mostraram que o desempenho médio dos alunos que entraram na faculdade graças ao sistema de cotas é superior ao resultado alcançado pelos demais estudantes. 
O primeiro levantamento sobre o tema, feito na Uerj em 2003, indicou que 49% dos cotistas foram aprovados em todas as disciplinas no primeiro semestre do ano, contra 47% dos estudantes que ingressaram pelo sistema regular.
No início de 2010, a universidade divulgou novo estudo, que constatou que, desde que foram instituídas as cotas, o índice de reprovações e a taxa de evasão totais permaneceram menores entre os beneficiados por políticas afirmativas. 
A Unicamp, ao avaliar o desempenho dos alunos no ano de 2005, constatou que a média dos cotistas foi melhor que a dos demais colegas em 31 dos 56 cursos. Entre os cursos que os cotistas se destacaram estava o de Medicina, um dos mais concorridos - a média dos que vieram de escola pública ficou em 7,9; a dos demais foi de 7,6. 
A mesma comparação, feita um ano depois, aumentou a vantagem: os egressos de escolas pública tiveram média melhor em 34 cursos. A principal dificuldade do grupo estava em disciplinas que envolvem matemática.As informações são do jornal O Estado de São Paulo
(Extraído do blog Os Amigos do Presidente Lula, em 19/10/12)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Política


               

O Brasil, a partir de amanhã

Há os que vêem, nas eleições municipais de São Paulo, os rumos futuros do Brasil. Talvez lhes fosse mais proveitoso vê-los nas votações em todo o Brasil, principalmente nos municípios mais pobres da Federação, espalhados pelas regiões do Norte e do Nordeste. Os leitores dos comentaristas dos grandes jornais, salvo alguns, menos jovens e mais prudentes, não conhecem esse Brasil profundo, que começa a descobrir que a vida pode ser mais do que o dia a dia do sofrimento dos pobres.

Estas eleições são importantes não porque, em São Paulo, em Belo Horizonte ou Recife possam ser eventualmente debuxadas as cartas da sucessão presidencial de aqui a dois anos. Elas são importantes por duas grandes razões: com a Bolsa Família já consolidada e trazendo os seus primeiros grandes efeitos, na libertação dos mais pobres, o voto não precisa mais ser trocado por uma cesta básica. Mais do que ter o almoço garantido, os mais pobres passaram a ter a liberdade de escolher seus dirigentes. Nem sempre os melhores, mas com o tempo irão aprendendo.

A outra grande razão é a vigência da Lei da Ficha Limpa, uma conquista direta dos cidadãos sobre a indolência conveniente dos parlamentares. Como bem assinalou a Ministra Carmem Lúcia, presidente do TSE, essa sim, poderá influir nos resultados eleitorais, mais do que o julgamento do mal denominado mensalão. Segundo os cálculos, mais de três mil candidatos disputarão o pleito sob o risco de, sendo vitoriosos, ter o mandato cassado em seguida pela justiça. Essa limpeza ética animará os cidadãos honrados a disputar, nas eleições a vir, os mandatos eletivos, com o saneamento efetivo das atividades políticas.

Como o pleito de hoje se limita aos municípios, os grandes temas nacionais se ausentam das campanhas, menos alguns. Em Minas, por exemplo, o veto da Presidente Dilma Rousseff à maior participação dos municípios e dos estados na divisão dos royalties pela extração de minérios, ainda que de forma discreta, prejudicará os candidatos do PT.

Mesmo que se trate de um assunto pontual, os que conhecem bem os mineiros sabem que o tema é delicado no Estado. Basta lembrar que, por causa da espoliação dos mineradores pelos portugueses, dois homens se rebelaram, foram perseguidos e executados, e se tornaram os heróis das montanhas: Felipe dos Santos, em 1720, e Tiradentes, em 1792.

Com toda sua importância para os cidadãos de São Paulo, a eleição deste domingo não irá decidir os rumos futuros do país. O que está em jogo, no desenho do futuro é, mais uma vez, a economia. Em razão disso, é bom concentrar a atenção nas conversações entre a China, a Rússia, o Brasil, a Índia e a África do Sul, em seu projeto, já adiantado, de romper com a famigerada governança mundial, com a criação do que poderíamos chamar de um Fundo Monetário Internacional dos Brics, e a fundação de um novo Banco Mundial para atender a todos os países emergentes e a uma agência independente para a classificação de riscos. As existentes foram incapazes de prever as crises que enfrentamos, porque, na verdade, são controladas pelos grandes bancos que as provocaram com as fraudes conhecidas.

O Brasil realizou uma importante revolução social, nestes últimos dez anos, e não pode recuar. Como já constataram alguns pensadores, não é o desespero que faz as revoluções, mas, sim, a esperança. Os milhões e milhões de brasileiros que passaram a viver melhor não aceitarão voltar ao passado de miséria e opróbrio.

Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte.

(Extraido do site Carta Maior em 08/10/12)




sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Urbanidades

Incêndio destruiu hospital em obras na Ilha do Governador (Foto: Rafaela da Silva Barbosa/VC no G1)

Fogo atinge hospital municipal em construção na Ilha do Governador

Bombeiros foram acionados na tarde desta sexta-feira (14).
Hospital ainda está em construção e não há pacientes, diz Rio Urbe.

O Corpo de Bombeiros foi acionado, na tarde desta sexta-feira (14), para um incêndio em um novo hospital municipal da Ilha do Governador, Rio de Janeiro, ainda em construção. A unidade fica na Estrada do Galeão, no número 2920.

A Secretaria municipal de Saúde informou que o hospital ainda está em fase de obras e que ainda não é responsável pela administração. A Secretaria de Urbanismo do Rio (Rio Urbe) informou que o fogo foi controlado e que não havia pacientes no local, por volta das 14h50.
A Rio Urbe disse ainda que as obras para finalizar o hospital não serão prejudicadas pelo incêndio. A previsão é que a unidade fique pronta em outubro deste ano.
(Extraido do G1, por Marcelo, Turma 902, CEFV, em 14/09/12)

Ecologia


Rio+20 mostra que sociedade tem papel importante na sustentabilidade

A conferência da ONU foi encerrada em 22 de Junho.

A conferência Rio+20 foi encerrada no dia 22 de junho. Diante do resultado, ficou claro que o papel da sociedade civil é fundamental na promoção do desenvolvimento, sem destruir o meio ambiente.

Fim do território das Nações Unidas na cidade. Começo da segunda parte da Rio+20. Nos próximos três anos, serão estabelecidas, por exemplo, as metas para combater o aquecimento global. As 49 páginas do documento assinado pelos chefes de estado não foram suficientes para incluir propostas importantes. Porém, outros acordos firmados no Rio também prometem impactos positivos.
Mais de 700 compromissos foram assumidos entre governos, empresas e instituições. Segundo a ONU, serão investidos US$ 513 bilhões em projetos de transporte, energia e proteção ambiental. Prefeitos de 59 cidades decidiram evitar a emissão de mais de um bilhão de toneladas de gases responsáveis pelo efeito estufa até 2030.
O Rio de Janeiro recebeu muitas pessoas com disposição para salvar o planeta. É mesmo uma tarefa gigante, que não depende apenas dos homens e mulheres que comandam os países. Por isso, despertar a vontade de mudar os hábitos nocivos à natureza é o maior legado da conferência.
Mais de 200 mil pessoas viram a Exposição Humanidade. É o interesse das pessoas para entender como pode haver desenvolvimento sem prejudicar o meio ambiente.
Na Cúpula dos Povos, por onde passaram 300 mil pessoas, todas as causas tiveram voz. E agora, por lá, todos prometem manter a mobilização.
“Muito mais gente está ligada em sustentabilidade, pensando no que pode fazer e sabendo que o problema é profundo. O maior legado é a conscientização, para isso que será a agenda dos próximos anos e décadas da humanidade”, avalia o economista Sérgio Besserman.
(Extraido do Jornal Nacional, por Dimas, Turma 902, CEFV, em 14/09/12)

Internacional

Muçulmanos atacam restaurante da rede KFC na cidade libanesa de Trípoli, em mais um protesto contra o filme ofensivo ao Islã que provocou uma onda de violência no mundo árabe
Protestos anti-EUA atingem mais de 15 países; ao menos oito pessoas morreram nesta sexta
Os protestos contra um filme de produção norte-americana que ridiculariza o profeta Maomé deixaram oito mortos apenas nesta sexta-feira (14), no Líbano, Sudão, Tunísia e Egito, e continuam se espalhando pelo mundo árabe. Os conflitos ocorrem em mais de 15 países do Oriente Médio, África e Ásia. As manifestações contra os Estados Unidos têm como principal alvo as embaixadas americanas nas capitais.
Em Túnis, na Tunísia, três pessoas morreram e 28 ficaram feridas nos confrontos nas proximidades da embaixada, de acordo com uma avaliação preliminar do Ministério da Saúde. Os manifestantes escalaram os muros e atacaram com bombas a embaixada americana. Uma escola americana na região também teria sido queimada, de acordo com a agência oficial TAP.
No Líbano, nem a chegada do papa Bento 16 nesta sexta, para uma visita de três dias, amenizou os protestos. Cerca de 300 islamitas atacaram e colocaram fogo em uma lanchonete da rede americana KFC na cidade de Trípoli. Uma pessoa morreu e 25 ficaram feridas nos confrontos com a polícia após o ataque contra a rede de fast-food.
No Sudão, três pessoas morreram nos confrontos entre manifestantes e a polícia em frente à embaixada americana em Cartum. Cerca de 10 mil manifestantes também atacaram as embaixadas britânica e alemã, que foi incendiada e teve sua bandeira nacional substituída por um símbolo islamita.
No Egito, um manifestante foi morto em confrontos com a polícia perto da embaixada dos Estados Unidos no Cairo. A vítima de 35 anos morreu por ferimentos a bala. Cerca de 300 pessoas se reuniram para protestar. "Deus é o maior" e "não há nenhum deus, senão Deus" eram os gritos entoados por manifestantes no local. A tropa de choque tentou dispersar o grupo com gás lacrimogêneo.
(Extraido do Uol, por Nayara, Turma 902, CEFV, em 14/09/12)

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Educação


Escola e cidadania

A Educação é cláusula pétrea do credo iluminista-republicano. Não há de existir cidadania sem educação universal e pública. Sem ela estariam seriamente arriscadas a liberdade e a igualdade. O ideal da educação para todos nasceu comprometido com o projeto de autonomia do indivíduo, o que supõe capacidade de compreensão do cidadão, enquanto titular de direitos e fonte do poder republicano.
Os fortes clamores que circulam pelo Brasil e pelo planeta em prol da educação quase sempre estão inspirados numa versão bastarda dos valores originais do humanismo iluminista. Eles sublinham as exigências impostas pelas engrenagens da economia. A chamada Teoria do Capital Humano, por exemplo, cuida de atribuir os diferenciais de crescimento entre países e o agravamento das desigualdades à maior ou menor eficácia dos sistemas educacionais. A experiência dos países asiáticos (Japão, Coreia, Taiwan, China) é invocada como a comprovação da importância da educação para o crescimento acelerado da produtividade da mão de obra, aquisição de vantagens comparativas dinâmicas e melhor distribuição de renda.
“Trate de conseguir boa educação ou será um dos derrotados pela marcha do progresso.” Este é o desafio que os senhores do mundo lançam aos que lutam por bons empregos. Seria estúpido negar o papel da educação enquanto instrumento da qualificação técnica da mão de obra. Mas os últimos estudos internacionais sobre emprego, produtividade e distribuição de renda mostram o óbvio: a boa educação é incapaz de responder aos problemas criados pelos choques negativos que vulneram as economias contemporâneas.
Exemplos: desindustrialização, reestruturação das empresas imposta pela intensificação da competição, crise fiscal e perda de eficiência do gasto público. Em suma, se esses fatores reais do crescimento falham, a educação naufraga como força propulsora do emprego e da distribuição de renda. A Europa e os Estados Unidos estão aí para demonstrar que pouco vale ter gente mais “empregável” se a economia patina e não cria novos empregos.
A visão simplória e simplista da educação obscurece a tragédia cultural que ronda o Terceiro Milênio. A especialização e a “tecnificação” crescentes despejam no mercado, aqui e no mundo, um exército de subjetividades mutiladas, qualificadas sim, mas incapazes de compreender o mundo em que vivem. Os argumentos da razão técnica dissimulam a pauperização das mentalidades e o massacre da capacidade crítica.
Na sociedade contemporânea esses trabalhos são exe­cutados pelos aparatos de comunicação de massa apetrechados para produzir o que Herbert Marcuse chamou de “automatização psíquica” dos indivíduos. Os processos conscientes são substituídos por reações imediatas, simplificadoras e simplistas, quase sempre fulminantes e esféricas em sua grosseria. Nesses soluços de presunção opinativa, a consciência inteligente, o pensamento e os próprios sentimentos desempenham um papel modesto.
Os indivíduos mutilados executam os processos descritos por Franz Neumann, em Behemoth, o livro clássico sobre o nazismo: “Aquilo contra o que os indivíduos nada podem – e que os nega – é justamente aquilo em que se convertem.” O mundo da vida aparece sob a forma farsista de um conflito entre o bem e o mal, objetivado em estruturas que enclausuram e deformam as subjetividades. A indignação individualista e os arroubos moralistas são expressões da impotência que, não raro, se metamorfoseia em violência. Convencidas da universalidade do seu particularismo, as “boas consciências” distribuem bordoadas nos que estão no mundo exatamente como eles, só que do lado contrário.
O domínio do espaço público pelos aparatos de comunicação procede à sistemática lobotomia das capacidades subjetivas que ensejam a crítica e resistem à manipulação. Trata-se de um procedimento de neutralização das funções de contestação massacradas pela publicidade travestida de informação.
Essa engrenagem entrega-se aos labores de remover quaisquer resíduos de razão crítica que os indivíduos livres porventura consigam preservar. Na sociedade de massa é preciso não sentir o que se “pensa”, nem “pensar” o que se sente. A educação dos iluministas, da República e da Democracia nasceu com o propósito de rejeitar essas forças que, nas palavras de Marshall Berman, “transformam a ação humana em repetições ­rançosas de papéis pré-fabricados, reduzindo os homens a indivíduos médios, reproduções de tipos ­ideais que incorporam todos os ­traços e qualidades de que se nutrem as comunidades ilusórias”.
(Extraído da coluna do Prof. Luiz Gonzaga Belluzzo no site Carta Capital)

Economia


Governo responde a “mensalão” com bem-estar social

A mega produção do julgamento do mensalão e a chuva de “más notícias” sobre a economia vêm dominando há meses o noticiário. A primeira atração pretende condenar criminalmente os oito anos do governo Lula e o Partido dos Trabalhadores inteiro; a segunda, pretende convencer os brasileiros de que a economia do país vai de mal a pior.
Por meses a fio, a oposição ao governo federal, como ocorre há quase uma década, recebeu o apoio dos maiores meios de comunicação do pais à sua estratégia descrita no parágrafo anterior, estratégia que sucedeu a pressão oposicionista-midiática por demissão de ministros e as marchas “contra a corrupção” que vigeram no ano passado.
Em 2011, chegou a ocorrer como que uma capitulação do governo Dilma Rousseff diante de uma nova modalidade de ataque oposicionista-midiático aparentemente diferente da guerra desencadeada contra o governo Lula, mas que, em essência, era igual.
Nesse novo modelo, a presidente foi preservada de ataques diretos e os alvos foram o governo Lula (do qual ela participou em destaque) e a montagem que fez de seu próprio governo, pois cada ministro demitido no ano passado foi nomeado por ela, sendo a tese da “faxina” mera tentativa de convencer a matreira presidente da República de que um ataque a beneficiária, o que revelou desprezo por sua inteligência.
Entre o fim do ano passado e o começo deste ano, Dilma pôs um fim à capitulação diante dos sucessivos ataques aos ministros, que, muitas vezes, perderam o cargo sem qualquer razão, como no caso do ex-ministro do Esporte Orlando Silva, demitido sob acusações sem provas e posteriormente inocentado em todas as investigações.
Quando a artilharia chegou ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, possivelmente o ministro mais próximo de si, Dilma pôs o pé na porta e as pressões acabaram, ainda que tenham restado elucubrações sobre as quedas de ministros que ela teria permitido por ter desejado.
2012, porém, marcou a reação de um governo que já começava a enfraquecer de tanto ceder a pressões. Dilma iniciou o ano visivelmente decidida a mostrar que estava no controle e que seu governo tinha um plano. Ao esfriamento da economia, desde então vem atuando no sentido de aquecê-la e de aliviar a vida da população.
O primeiro grande lance foi colocar os bancos públicos para liderarem uma queda generalizada dos juros ao consumidor e às empresas. O ineditismo da medida na história recente do país pegou oposição e mídia de surpresa. Em um primeiro momento, esses agentes aliaram-se aos bancos contra a iniciativa do governo federal.
Não tardou para bancos, mídia e oposição entenderem o que se previu nesta página que ocorreria, que a presidente daria um salto em termos de popularidade, o que de fato ocorreu, fazendo com que alcançasse praticamente o mesmo patamar que Lula tinha ao deixar o governo. As críticas, diante do apoio popular, emudeceram.
A essas medidas contrárias aos interesses dos bancos – que a presidente foi à televisão anunciar assim como fez ontem – somaram-se outras de indiscutível apelo popular e, o que é melhor, à prova de acusações de “populismo”, pois não é moleza defender os setores da economia líderes de reclamações às entidades de defesa do consumidor.
Telefonia e planos de saúde também entraram na mira do governo, sendo penalizados com suspensão de captação de clientes e obrigados a apresentar planos de investimentos para resolver os problemas geradores de queixas.
Paralelamente à defesa decidida dos interesses dos consumidores, o governo apresentou um poderoso plano de investimentos em infraestrutura que chega à casa da centena de bilhões de reais, uma quantidade de recursos que pouquíssimos países têm condição de investir hoje, o que vai revelando a solidez da economia brasileira.
Na última quinta-feira, Dilma respondeu ao recrudescimento exponencial da artilharia oposicionista-midiática contra si e contra o PT, baseada, exclusivamente, em um moralismo tão hipócrita que viu lideranças de partidos envolvidos até o pescoço em escândalos de corrupção apontarem o dedo para o partido do governo.
À maior artilharia, a presidente usou uma bomba: anunciou redução de gastos do consumidor e das empresas com energia, começando pela energia elétrica. Não é brincadeira o que Dilma anunciou. 16% para residências e 28% para indústrias serão sentidos diretamente no bolso de todos.
É imprevisível o impacto que isso terá sobretudo no setor industrial, mas será grande. O consumo de energia é um dos grandes custos desse setor. A medida, inclusive, tornará os produtos brasileiros mais competitivos.
Reduzir o custo da energia nesse nível é medida ainda mais popular do que pôr bancos públicos para liderarem queda de juros. No caso dos juros, a redução é lenta e não atinge o público de forma homogênea, pois beneficia mais os menos endividados e mais ricos, que, certamente, estão tendo acesso às melhores taxas. No caso da conta de luz, o alcance é estrondoso.
E para quem, como eu, reclamou de revide político, no mesmo pronunciamento em que deu tal presente à população a presidente ainda atacou, de novo, aquele que tentou atingi-la atacando seu padrinho político. Ao criticar a “privatização” que era feita “no passado”, Dilma concluiu a resposta que acaba de dar ao ataque de Fernando Henrique Cardoso a Lula.
O lance da última quinta-feira explica a política brasileira no novo milênio. Uma oposição perdida, sem propostas, usa a mídia – ou por ela é usada – para oferecer à população moralismo de quinta, pessimismo e hipocrisia. E zero de propostas. A isso, Dilma responde com desenvolvimento e bem-estar social.
Em sua opinião, leitor, quem irá vencer esse embate?
(Extraído do Blog Cidadania, em 07/09/12)

Para Pensar



http://www.blogdacidadania.com.br/wp-content/uploads/2012/09/aliena%C3%A7%C3%A3o.png
 (Extraído do Blog Cidadania, em 07/09/12)

Astronomia

Reprodução gráfica da ESA do que seria o núcleo e o disco de poeira e gás            
 Telescópios ajudam a desvendar comportamento de estrelas recém-nascidas

 Dispositivos mediram emissões de raio X de protoestrela a 1,3 mil anos-luz da Terra

O trabalho conjunto de telescópios das mais importantes agências espaciais internacionais revelou características do corportamento considerado agressivo de estrelas recém-nascidas, que giram em alta velocidade e expelem plasma em alta temperatura, o que pode ajudar na compreensão de um dos mais fundamentais assuntos da astronomia - o nascimento de estrelas como o Sol.
As imagens foram registradas pelos telescópios Chandra, da Agência Espacial Americana (Nasa), XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia (ESA), e Suzaku, do Japão. Todos operam com tecnologia de identificação de raios x, o que permite monitorar variações nas intensidades desse tipo de emissões, mesmo que estejam enconbertas por nuvens de gás ou poeira cósmica, como ocorre no caso de estrelas jovens.
Estrelas recém-nascidas se formam com resíduos de poeira e gases, que se agrupam em torno do centro gravitacional formando um disco residual, criando assim uma protoestrela. Os componentes desse disco viajam em direção ao núcleo, no processo de expasão comum, mas uma pequena fração desses resíduos acaba sendo expelido em forma de jatos nas extremidades dos astros. Esses jatos são bastante variáveis e apontam a atividade energética nas regiões internas de cada estrela.
As equipes monitoraram a jovem estrela V1647 Ori, que está na nebulosa de McNeil, situada a cerca de 1,3 mil anos-luz da Terra. A observação dos telescópios teve duas etapas - uma que durou de 2003 a 2006 e outra que começou em 2008 e dura até agora. Nesses períodos, a estrela apresentou aumento de massa, temperatura e do nível de emissões de raios x.
"Acreditamos que a atividade magnétida na superfície estelar e em volta dela cria um plasma muito quente", diz Kenji Hamaguchi, autor do estudo que detalha as descobertas, publicado no Astrophysical Journal. Esse comportamento se sustenta com a constante torção, quebra e reconexão dos campos magnéticos, que conectam o núcleo com o disco", explica.
Os astrônomos também identificaram uma variação singular de emissões, que se repetia regularmente, mas pelo período de apenas um dia. Para uma estrela do tamanho da V1647 Ori, isso significa que ela está girando o mais rápido que pode sem se despedaçar.
"Acreditamos que o plasma se localiza na superfície da estrela. O aumento e a diminuição do fluxo que identificamos é provavelmente o ponto brilhante que aparece e desaparece nas imagens que capturamos", completa o astrônomo japonês.
Ainda assim, as emissões analisadas desde 2004 sugerem que, apesar do comportamento caótico, a configuração de larga escala da estrela se mantém estável em relação à escala temporal. "As observações da V1647 Ori por esses três telescópios dão novas informações sobre o que pode estar acontecendo dentro dos discos nebulosos dessas estrelas em formação", disse Norbert Schartel, da ESA.
(Extraída do site do Estadão, por Israel, Turma 902, CEFV, em 31/08/12)

Esportes

Edu, do Schalke 04, é abraçado por Raúl após marcar um de seus gols contra a Inter de Milão, pela Liga dos Campeões

Schalke 04 empresta brasileiro Edu ao Greuther Fürth

 O atacante brasileiro Edu foi emprestado pelo Schalke 04 ao Greuther Fürth, recém-promovido à 1ª divisão do Campeonato Alemão, informou nesta sexta-feira a equipe de Gelsenkirchen.

"O Schalke 04 chegou a um acordo de empréstimo com o Greuther Fürth pelo atacante Edu", informou em seu site o Schalke 04, que indicou que o jogador atuará em seu novo clube apenas até 31 de dezembro de 2012 e que ambas as equipes não conseguiram estabelecer uma opção de compra.


Edu, de 30 anos, chegou ao Schalke 04 em 2010, proveniente do Suwon Bluewings, da Coreia do Sul, e jogou na temporada passada emprestado ao Besiktas, da Turquia.


No Brasil, o jogador atuou por equipes como Santos, Guarani e Náutico.


O jogador tem contrato com o Schalke até 30 de junho de 2013.

Esportes



Deivid ficou marcado pelo incrível gol perdido contra o Vasco no Carioca deste ano

Deivid rescinde contrato com o Fla e está liberado para negociar com outros clubes

 O atacante Deivid não é mais jogador do Flamengo. A rescisão do contrato do atleta foi definida após reunião entre seus representantes e membros da diretoria do clube no início da tarde desta sexta-feira. O encontro serviu para selar o acordo pelo pagamento da dívida de mais de R$ 7 milhões que o rubro-negro tem com o ex-camisa 9.
 Como tem apenas seis jogos pelo time da Gávea no Campeonato Brasileiro, Deivid ainda pode se transferir para outro clube do país para disputar a competição deste ano. O jogador recebeu sondagens de Botafogo e Coritiba, mas só deverá definir o futuro na próxima semana.
Em breve comunicado no seu site oficial, o clube anunciou que "o acordo sobre as pendências financeiras entre o clube e o atleta agradou ambas as partes e, a partir de hoje [sexta], o atacante não é mais jogador do Flamengo".
Desde janeiro deste ano, Deivid movia uma ação judicial contra o clube cobrando pagamentos de direitos de imagem atrasados, além de danos materiais. Para assinar a rescisão do contrato válido até o fim deste ano e liberá-lo para atuar em outro clube, o Flamengo exigia que o atacante abrisse mão de parte do montante de R$ 7 milhões.
Sem espaço no elenco e com pouco prestígio junto ao técnico Dorival Júnior, o atleta começou a negociar sua saída há cerca de um mês. Com apenas seis gols marcados nas 28 partidas disputadas neste ano, Deivid ficou marcado pelo incrível gol perdido no clássico contra o Vasco pelo Campeonato Carioca.
No total, em dois anos de rubro-negro, o atacante disputou 99 jogos e balançou as redes 31 vezes. Ele conquistou apenas um Campeonato Carioca, em 2011.
(Extraído do site Uol Esporte por Nayara, Turma 902, CEFV, em 31/08/12)

Esportes

Flamengo sai na frente, mas fica no empate com Sport e para no meio da tabela

O Flamengo recebeu o Sport e até saiu na frente, mas logo sofreu o empate e acabou ficando no 1 a 1 diante do time pernambucano, nesta quinta-feira, em Volta Redonda. Com o resultado, o time carioca acabou perdendo a chance de ganhar posições no meio da tabela do Campeonato Brasileiro.
Com o resultado, o Fla fica na 10ª posição - caso vencesse, poderia superar Náutico e Botafogo na tabela. Já o Sport sobe para 16 e se mantém na zona de rebaixamento, mas agora empatado em pontos com o Palmeiras, 17º colocado.
Com mais iniciativa, o Fla chegou ao primeiro gol aos 13 minutos, quando Thomas, titular no ataque carioca, fez boa jogada pela esquerda e tocou para Ibson bater de primeira, da entrada da área, no canto de Magrão.
Mas a alegria da torcida flamenguista durou pouco. Aos 19, Hugo recebeu no lado esquerdo do ataque e bateu cruzado. Felipe ainda defendeu parcialmente, mas Felipe Azevedo completou para o gol. 1 a 1.
No segundo tempo, o jogo seguiu aberto, mas sem gols. Na melhor chance do Flamengo, Bottinelli saiu cara a cara com Magrão, mas parou em grande defesa do goleiro, que completou 400 jogos pelo Sport.
No final de semana, em jogos válidos pela 21ª rodada, o Flamengo visita o Internacional, domingo, no Beira Rio, enquanto o Sport joga em casa, no mesmo dia, contra o Santos, na Ilha do Retiro.
(Extraído do site Alagoas 24 horas por Dimas, Turma 902, CEFV, em 31/08/12)

 

domingo, 12 de agosto de 2012

Política


Datafolha sobre mensalão é farsa para influenciar STF e eleições

Não é preciso ser muito inteligente para perceber que é uma fraude a pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo, que afirma que 82% dos brasileiros querem que o STF condene os réus do mensalão. Uma fraude com fins político-eleitorais.
Essa pesquisa, vale dizer, sugere um nível de consciência política da sociedade que não deve existir nem na Suíça.
A farsa estatística do instituto de pesquisas da Folha de São Paulo é um ataque político  que pretende pressionar o STF a condenar indistintamente os réus do julgamento e influenciar o processo eleitoral deste ano.
A própria reportagem do jornal paulista que dá conta dessa nebulosa sondagem carrega os elementos para se concluir que está sendo distorcida sob as razões supracitadas.
A manchete principal de primeira página da Folha é a de que “Maioria quer condenação, mas não crê em prisões”. A matéria, porém, mostra que essa maioria apenas respondeu de forma genérica a uma questão sobre corrupção.
Diz a matéria que 82% ligam o mensalão a corrupção, o que até uma criança de dez anos pode concluir no âmbito de um noticiário infatigável no sentido de colocar o assunto em pauta.
A pesquisa usa o senso comum e a desinformação da sociedade sobre o caso para construir uma tese política com objetivos escancaradamente político-eleitorais. Quem responderia que não quer a condenação de corruptos?
Aliás, a própria pesquisa mostra que o brasileiro está desinformado sobre o caso. Segundo o relato do jornal, 81% dos entrevistados dizem ter tomado conhecimento do mensalão, mas só 18% se consideram bem-informados.
Ora, como é possível que quem se considera mal-informado sobre um assunto já tenha opinião formada sobre ele? Como é possível que 82% tenham dito que houve compra de votos no Congresso se só 18% se dizem bem informados sobre o caso?
Se, como diz a matéria, 46% dos entrevistados pelo Datafolha julgam que a cobertura do mensalão pela imprensa é parcial e só 39% julgam imparcial, esse dado desmonta a tese de que a maioria já se decidiu pela tese jornalística sobre o mensalão.
A pergunta do Datafolha sobre a influência do caso nas eleições mostra objetivo político-eleitoral. E a ausência de transparência na divulgação dessa pesquisa ao não reproduzir o questionário submetido aos entrevistados, sugere manipulação.
Faz-se necessário, portanto, que os partidos políticos afetados pela divulgação nebulosa dessa pesquisa representem à Procuradoria Geral Eleitoral exigindo a divulgação imediata do questionário submetido aos entrevistados e a auditória da sondagem.
Aliás, nem é preciso que partidos políticos passem recibo e invoquem a Justiça Eleitoral. Qualquer cidadão pode fazer isso.
Nas eleição de 2010, por exemplo, a ONG Movimento dos Sem Mídia conseguiu abrir investigação de pesquisas na Polícia Federal. O Datafolha, inclusive, está sendo investigado. Não custará nada, portanto, fazer nova denúncia à PGE.
(Extraído do blog do Eduardo Guimarães, em 12/08/12)

sábado, 11 de agosto de 2012

Política

 

Dr. Rosinha enfrenta o PiG.
A batata da Globo assa

 A reportagem de Leandro Fortes na Carta Capital – “Leandro e a Carta pegam a Veja – Temer e a Globo deixam ?” – informa:

“Na próxima terça-feira, dia 14, o deputado Dr. Rosinha, do PT do Paraná, irá ao plenário da CPI do Cachoeira fazer o que ninguém teve coragem de fazer até agora: enfrentar a mídia” (aqui chamada de PiG (*).

“Com base em um documento preparado a partir de todo o material enviado à Comissão pela Polícia Federal, o parlamentar vai apresentar um requerimento de convocação do jornalista Policarpo Jr., diretor da revista Veja em Brasília.”

“O parlamentar tem em mãos um quadro completo das ligações escusas do jornalista e da semanal da Editora Abril com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Um relicário de quase uma centena de interceptações telefônicas feitas pela Policia Federal nas operações Vegas, de 2009 (aquela que conferiu ao brindeiro Gurgel a acusação de “prevaricador” e “chantagista”- PHA) e Monte Carlo, realizada em 29 de fevereiro deste ano.”

“A conclusão é devastadora.”

A reportagem de Leandro reproduz um diálogo entre Poli – também conhecido na quadrilha como o “Caneta” – e Carlinhos, em que o “Caneta” pede:

“Como é que eu levanto umas ligações aí do Jovair Arantes, deputado (do PTB de Goiás) ?

Diz Cachoeira: “Vamos ver, uai.”
(Extraido da Carta Capital em 11/08/12)

Educação



Se sancionada, Lei das Cotas revolucionará regras de acesso à universidade 

O discurso conservador condena o projeto aprovado pelo Senado. Os movimentos sociais que lutam por uma política de cotas há 13 anos afirmam que ele irá revolucionar o acesso da população pobre ao ensino superior de qualidade. O senador Cristóvam Buarque e o presidente da Andifes, Carlos Maneschy, fazem críticas pontuais, mas defendem as cotas como ferramenta para valorização da escola pública e diminuição da desigualdade.
Brasília - Nos próximos dias, a presidenta Dilma Rousseff terá a oportunidade de colocar um ponto final na luta pela implantação de uma política nacional de cotas nas universidades públicas federais que, há pelo menos 13 anos, consome os movimentos sociais do país. Aprovado pelo Senado na última terça (7), a chamada Lei das Cotas combina critérios étnicos e sociais, com o propósito central de valorizar a escola pública e, consequentemente, os milhões de cidadãos que têm nela a sua única opção de formação.

A divisão das vagas é complexa. A política aprovada prevê a reserva de 50% delas para as cotas. Metade, ou 25% do total, é distribuída entre negros e índios, de acordo com o perfil étnico de cada região, definido pelo censo do IBGE. Os outros 25% são destinados aos alunos das escolas públicas, sendo 12,5% para os estudantes com renda familiar inferior a 1,5 salário mínimo.

“Esta política permite que o sonho do brasileiro pobre de formar o filho doutor se torne realidade. E o melhor, com uma formação de qualidade que, até pouco tempo, era reservada apenas para os filhos da elite. Além disso, cria uma fé na escola pública. E isso é importantíssimo porque nove em cada dez estudantes do ensino médio estão nas escolas públicas”, afirma Sérgio Custódio, coordenador do Movimento dos Sem Universidade (MSU), criado por professores de cursinhos comunitários e um dos principais articuladores do projeto.

“O principal mérito do projeto é colocar a escola pública no centro do acesso ao ensino superior de qualidade. É valorizar a escola pública e dar aos milhões de jovens que estudam nelas a oportunidade real de ter acesso à universidade”, complementa Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que articula mais de 200 entidades, incluindo movimentos sociais, sindicatos, ONGs, fundações, grupos universitários, estudantis, juvenis e comunitários.

Campanha conservadora
A expectativa em relação à postura de Dilma é grande, mas tudo indica que o desfecho será favorável. Ministério da Educação (MEC), Secretária de Direitos Humanos (SDH) e Secretária de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) aprovam a lei. O que preocupa os idealizadores é que a campanha conservadora contra as cotas segue forte na mídia. Esta semana, editorias e artigos sustentaram teses há muito já superadas de que o Brasil é uma democracia racial e de que as ações afirmativas aprofundam as discrepâncias sociais. “A presidenta Dilma é mais suscetível ao discurso da mídia do que seu antecessor, o ex-presidente Lula. Mas, pelo menos neste caso, acreditamos que ela não vai se render”, avalia Cara.

De acordo com ele, qualquer mudança proposta pelos movimentos sociais na área de educação é amplamente atacada pela mídia. “Educação mexe com o status quo, é questão emancipatória. No caso da luta pelos 10% do PIB para a Educação, a batalha é grande, porque isso mexe com a prioridade orçamentária do país. E a imprensa representa exatamente as 200 famílias proprietárias da dívida interna brasileira, que não querem perder percentuais para a educação”, ataca.

No caso das cotas, ele acredita que a condenação intransigente reflete a defesa da elitização da universidade. “É um pouco de desespero da elite, porque o que está em jogo são as vagas dos seus filhos”, compara. Sérgio Custódio também atribui às críticas conservadoras ao ranço da elite patrimonialista brasileira. “É preciso acabar com esta concepção de que os bens públicos servem a eles. Inclusive as universidades. O Brasil está crescendo e precisa de milhões de profissionais bem formados para alavancarem este crescimento”, argumenta.

Efeito Demóstenes
Há também uma espécie de trauma em relação à articulação das forças conservadoras durante o processo de tramitação do projeto. “Em 2008, para aprovar o projeto na Câmara, nós conseguimos fechar um acordo com todos os partidos políticos. Entretanto, depois que o projeto seguiu para o Senado, apareceu o ovo da serpente: o ex-senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que descumpriu o acertado e reatualizou o discurso racista no país”, relembra Custódio.

Segundo ele, o ex-senador, que teve seu mandato cassado em função do seu envolvimento com a organização criminosa chefiada por Carlinhos Cachoeira, capitaneou o discurso das elites, prejudicando a aprovação do projeto, naquele momento tida como consensual. “Hoje, tenta-se vender o Demóstenes apenas como caso de polícia, mas ele desempenhou um papel muito mais nocivo para o país. Ele criou uma frente ideológica, fundou movimentos sociais dentro do seu gabinete, como o dos pardos e dos caboclos brasileiros”, argumenta o militante.

Daniel acrescenta que, com a cassação do mandato dele, esse tipo de discurso perdeu força no parlamento. Apenas o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) repetiu a cantilena na votação da última terça. “Até mesmo a oposição brincava que Nunes estava mais preocupado com os editoriais dos jornais do que com a justiça social”, relatou.

Problema consensual
Do ponto de vista do campo popular, uma das poucas críticas ao projeto é determinar que o critério de acesso sejam as notas obtidas nas escolas, e não em avaliações mais gerais como o ENEN ou os vestibulares. Mas, antes do Senado aprová-lo, o senador Paulo Paim (PT-RS) negociou o veto ao artigo pela presidenta.

“A nota escolar não pode ser critério de acesso. Seria o caos. Vai ter professor sequestrado para garantir o ingresso de aluno em universidade”, aponta o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), entusiasta histórico do projeto, mas que não gostou nada da forma como ele foi aprovado. “Acho constrangedor o Senado aprovar uma lei, esperando o veto presidencial de parte dela. Não acho que este seja um arranjo republicano”, criticou.

Para o senador, que já foi reitor da Universidade de Brasília (UnB) e é considerado um dos maiores especialistas da casa em Educação, a proposta precisava ser melhor amadurecida no Congresso. “Não é nada contra o mérito da proposta, que acredito ser muito positiva. Mas tem aspectos que precisam ser mais debatidos. O limitador de renda, por exemplo, vai impedir que a classe média volte a colocar seus filhos na escola pública para que tenham melhores chances de entrar numa universidade. E seria ótimo que isso ocorresse, porque a escola seria pressionada a melhorar em qualidade”, argumenta.

O presidente do MSU discorda. Segundo ele, o limitador só vale para parte das vagas. Portanto, defende que a essência do projeto ainda é a valorização da escola pública. Em relação à negociação para o veto, afirma que foi a melhor solução. “Foi um erro que veio da proposta aprovada lá na Câmara. Se o Senado alterasse, o projeto teria que voltar a tramitar entre os deputados e poderia levar mais 13 anos para ser aprovado. Não podemos minimizar a capacidade das forças conservadores se reaglutinarem”, opina.

Cara acrescenta que tanto o limitador de renda quanto à avaliação pelas notas escolares foram frutos da negociação com a oposição para que o projeto fosse aprovado, desde 2008. Entretanto, avalia que o limitador de renda não será relevante para tirar o foco da escola pública. “Este é um critério que pode mudar ao longo dos dez anos em que a proposta vigorar.
E se mudar, melhor: será a comprovação de que a renda média do brasileiro subiu”, esclarece. Quanto às notas escolares, também defende que o problema será corrigido, de forma prática, com o veto presidencial.

Autonomia universitária
A outra crítica relevante ao projeto parte da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Mas também não tem a ver com o mérito da proposta. Os reitores defendem posição histórica de que a forma de acesso às universidades deve ser discutida por cada instituição, obedecendo às demandas regionais. Porém, o presidente da entidade, Carlos Maneschy, ressalta que o tema ainda não foi retomado pelo pleno de reitores, após a aprovação do projeto. “Nossa prioridade tem sido encontrar uma solução para o problema da greve das universidades”, justifica.

Critovam Buarque discorda. “A universidade tem que ser autônoma, mas não autista. Essa autonomia tem que estar limitada às regras definidas pelo interesse público. É preciso que existam mecanismos capazes de impedir, por exemplo, que uma instituição decida que filhos de senadores terão prioridades de acesso”, argumenta. Daniel Cara também contesta a posição da Andifes. “Os reitores participaram da discussão deste projeto desde o início. Agora, precisam compreender que a posição deles foi vencida. Isso é acatar o jogo democrático”, avalia.

Maneschy insiste que a crítica não é ao mérito da política de cotas, mas à forma como será imposta as instituições. E ressalta que, ao contrário do que a mídia faz parecer, a Andifes compreende a importância das ações afirmativas e é favorável às cotas. Como exemplo, cita a política implantada há cinco anos pela Universidade federal do Pará (UFPA), instituição da qual é reitor. “É muito parecida com a prevista pelo projeto, porque reserva metade das vagas para alunos egressos da escola pública, sendo 40% delas para negros”, explicita.

E o reitor ainda defende os resultados já aferidas. “Como estamos formando as primeiras turmas agora, não tivemos como medir o desempenho dos nossos alunos cotistas no mercado de trabalho. Mas na vida acadêmica, tem sido muito equilibrado entre cotistas e não cotistas. A média das notas dos cotistas é até um pouco maior. E o nível de evasão escolar ficou abaixo do dos não cositas, principalmente porque implantamos uma política de permanência”, afirma.
(Extraído do site Carta Maior, em 11/08/12)

Educação

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Nas aldeias, três em cada dez índios são analfabetos

Embora os índios sejam considerados mais protegidos dentro de suas terras, onde é maior o percentual daqueles que ainda têm língua própria e são capazes de reconhecer a própria etnia, o analfabetismo é considerado elevado dentro das aldeias, conforme constatou hoje (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dados do Censo de 2010 revelam que a taxa de analfabetismo dos índios com 15 anos ou mais de idade (em português ou no idioma indígena) passou de 26,1% para 23,3%, de 2000 a 2010, acompanhando a redução da taxa entre a população brasileira (de 12,9% para 9,6%). Na área rural, porém, dentro das aldeias, três em cada dez índios são analfabetos (32,4%). Fora delas, o percentual é 15%.
Na avaliação do estudioso da população indígena e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Pacheco Oliveira, a divergência de dados revela a necessidade de mais políticas públicas de educação focadas na diversidade dos povos. Segundo ele, sem escolas indígenas nas aldeias, crianças enfrentam processo “traumático de aprendizado".
"É uma situação completamente traumática aprender a escrever em uma outra língua sem dominá-la. Por isso, o processo é mais lento, mesmo nas escolas indígenas. Os que estão fora vão para as escolas dos 'brancos' e se incorporam do jeito que é possível", destacou acrescentando que o analfabetismo é uma categoria etnocêntrica em relação aos índios.
A pesquisa do IBGE também explica que fora das terras indígenas as oportunidades de educação são maiores por causa da alta oferta de escolas. Por outro lado, nas aldeias, "a oferta é sensivelmente reduzida em função de fatores, como o geográfico e a dificuldade de acesso", afirma a publicação.
Outra diferença entre os índios da cidade e do campo é o número daqueles com certidão de nascimento, 90,6% e 38,4%, respectivamente. Ao todo, a proporção de índios com registro civil é 67,8%, abaixo da média da população não índia que têm o documento, 98,4%.
(Extraído do Jornal do Brasil, em 10/08/12, enviado por Marcelo/902-CEFV)

Cotidiano

Servidores constroem canil para abrigar cães na sede do Detran em Porto Alegre

Funcionários do Detran-RS construíram um abrigo de alvenaria para cães que vivem nas dependências do departamento de trânsito, na região central de Porto Alegre. Além disso, os servidores também bancam a alimentação dos três cachorros, chamados de Lady, Priscila e Beiçola.
O novo dormitório fica em um canto do grande pátio do complexo, entre duas construções e árvores, alheio aos olhares de visitantes. Durante o dia, eles passeiam pelo gramado, brincam entre si e com os servidores.
“A mais velha, a Lady, já deve estar aqui há uns dez anos. Os outros vieram depois e estão bem integrados”, disse a servidora do Detran Rosângela Gonçalves.
Uma das mais atuantes do grupo que adotou os vira-latas, ela conta que nem sempre a convivência com os humanos foi tranquila. “Tivemos problema numa época em que havia mais cães. Depois de diversas reclamações, tivemos que doá-los. A Lady levei pessoalmente a um abrigo. Mas, para a minha surpresa, passado o final de semana, encontrei ela de volta aqui.”
A cadela andou cerca de 27 quilômetros para regressar ao lugar que adotou como casa, já que a entidade de apoio aos animais na qual ela foi deixada fica na cidade vizinha de Alvorada.
(Extraído do Uol Cotidiano em 10/08/12, enviado por Israel/902-CEFV)

Cão adotado por funcionários do Detran-RS ganha casa de alvenaria na sede do órgão

Internet

  

 Google pagará US$22,5 milhões em caso sobre violação de privacidade

WASHINGTON, 9 Ago (Reuters) - O Google pagará 22,5 milhões de dólares em um acordo para retirar acusações de que violou configurações de privacidade de clientes na utilização do navegador de Internet Safari, da Apple, informou a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) nesta quinta-feira.
O negócio finaliza uma investigação da FTC sobre alegações de que o Google utilizou um código de computação conhecido como "cookies" para enganar o Safari nos dispositivos móveis iPhone e iPad, para que, assim, o Google pudesse monitorar usuários que bloqueassem a utilização dos próprios "cookies".
Essa prática é uma violação de um decreto acordado em 2011 e que foi negociado entre o maior mecanismo de busca na Internet e a FTC.
(Por Jasmin Melvin)
(Retirado do Uol Notícias, postado por Bruno/902-CEFV)

 

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Olimpíadas 2012



Brasil contraria emoção das quartas, passeia contra Japão e vai à final do vôlei


Após sofrimento contra a Rússia nas quartas de final, Brasil domina o Japão, vence por 3 a 0 e assegura ao menos a medalha de prata no vôlei feminino de Londres 2012
Brasileiras comemoram ponto de Fabiana na semifinal contra o JapãoContra a Rússia, nas quartas de final , foram seis match points para as rivais e uma alta carga de emoção até o fim da partida. Nesta quinta-feira, todos esses ingredientes pareciam formar uma realidade bem distante. Com tranquilidade, a seleção brasileira de vôlei feminino arrasou o Japão por 3 a 0 em Londres e avançou à decisão dos Jogos Olímpicos pela segunda vez consecutiva.
Atual campeã do torneio, a equipe brasileira começou claudicante em Londres. A seleção sul-americana sofreu para bater a Turquia na estreia, perdeu para Estados Unidos e Coreia do Sul e só se classificou na última rodada, quando bateu a Sérvia.
O sufoco voltou a aparecer nas quartas de final. Contra a Rússia, o Brasil errou demais e concedeu seis chances para as europeias matar o jogo. Contudo, o time dirigido por José Roberto Guimarães evitou o ponto decisivo em todas as oportunidades, levou o duelo para o set decisivo e venceu.
Quando o jogo acabou, Zé Roberto e as atletas disseram que o Brasil estava fortalecido para as semifinais. O confronto com o Japão mostrou que todos estavam certos. Com mais eficiência na recepção e no ataque, o time sul-americano não foi ameaçado em nenhum momento da partida.
(Extraido do portal do IG em 09/08/12)

 A seleção feminina de vôlei está na final dos Jogos Olímpicos de Londres após vencer o Japão por 3 sets a 0. Com esse resultado, a equipe de José Roberto Guimarães tem ao menos a prata garantida e vai em busca de um bi olímpico inédito para o vôlei do Brasil. Diante do jogo de paciência do Japão, o Brasil venceu sem sustos justamente por ter mantido a calma durante todo o tempo, especialmente no primeiro set, o mais disputado de todos. A seleção levou o placar a 20 a 16, depois a 24 a 17, não deu chance para a reação das rivais e fechou em 25 a 18. No segundo set, o Brasil não demorou para abrir vantagem e controlar o placar com um ataque preciso. A defesa do Japão não aguentou e parou de receber tão bem. O resultado foi parar no placar e sem dificuldades, o Brasil fez 25 a 15 e encaminhou a vitória. As japonesas, que não chegavam à semifinal das Olimpíadas desde 1988, pareciam satisfeitas com sua campanha e a chance de brigar pelo bronze. Ao som de “o campeão voltou”, coro que embalou o 3 a 2 emocionante contra a Rússia nas quartas, o Brasil fechou rapidamente o terceiro set por 25 a 18 e está na briga pelo bi.
(Extraído do Uol Olimpíadas, enviado por Nayara/902-CEFV)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Eles Escandalizaram o Templo do Racismo em São Paulo


Afrontar a elite branca e racista de São Paulo foi a estratégia de centenas de manifestantes – em maioria, negros – que, no sábado (11), saíram com bandeiras e faixas do largo Santa Cecília, subiram a avenida Higienópolis e ousaram entrar naquele que é o mais genuíno templo do racismo na cidade.

O Shopping Pátio Higienópolis foi inaugurado no dia 18 de outubro de 1999. Instalado no coração do bairro de Higienópolis, região de alto poder aquisitivo em que vive o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é composto por mais de 245 lojas distribuídas em seis pisos.

Ano passado, o shopping foi alvo de outro ato público, o Churrascão da Gente Diferenciada, levado a cabo em protesto contra abaixo-assinado de 3 mil moradores “higienopolitanos” que pedia ao governo do Estado que não construísse ali uma estação de metrô para não atrair gente pobre – ou, como preferiram chamar, “diferenciada”.

A escolha desse shopping para um ato público dessa natureza fez todo sentido porque não há outra parte da cidade em que o racismo hipócrita e visceral que encerra seja tão evidente. Só quem conhece o local é capaz de entender. A mera visita a ele desmonta a teoria de que não existe racismo no Brasil.

No Pátio Higienópolis, a sensação que se tem é a de estar em algum país nórdico. Só o que lembra que se está no Brasil são os empregados negros ou mestiços, tais como faxineiros, seguranças e alguns poucos funcionários das lojas. A clientela do shopping é quase que exclusivamente branca.

A manifestação foi convocada pelo “Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra” e protestou contra a reintegração de posse do bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, contra a ação truculenta da PM na Cracolândia e contra o caso de uma funcionária negra da escola Anhembi Morumbi que alega que a direção a pressionou a alisar os cabelos.

Em um momento solene e apoteótico da manifestação dentro do shopping um refrão cheio de simbolismo, extraído do poema “Negro Homem, negra poesia”, de José Carlos Limeira, 56, um dos autores baianos de maior destaque na comunidade negra, foi entoado por centenas de vozes, para horror daquela elite perplexa.

Por menos que conte a história

Não te esqueço meu povo

Se Palmares não existe mais

Faremos Palmares de novo


Ver um pequeno exército de negros altivos entoando palavras de ordem enquanto enveredavam por um local em que são raros de se ver e, quando aparecem, estão sempre cabisbaixos e servis, escandalizou e intimidou a clientela habitual. Lojas fechavam as portas e madames debandavam, esbaforidas, rumo ao estacionamento.

A Folha de São Paulo colheu depoimentos das indignadas madames habitués do shopping sobre a “invasão” de sua praia. Suas declarações revelam toda a burrice do racismo.

Fiquei com medo que saqueassem a loja, podia ter tiros, morte. São uns vândalos, vagabundos

Achei ridículo esse negócio de racismo. Onde é que está? Veja a quantidade de seguranças e empregados negros

Dois depoimentos, duas provas incontestáveis de racismo e burrice. Será que se fosse uma manifestação de estudantes branquinhos da USP haveria medo de saques, tiros e mortes? Será que o fato de só haver funcionários negros, mas não consumidores, não prova o racismo e a desigualdade racial que infecta a sociedade?

Esse é só mais um dos capítulos da guerra contra o racismo e o higienismo racial e social do governo e de parte da sociedade de São Paulo. Foi travada onde deveria, em Higienópolis (bairro cujo nome não poderia ser mais apropriado). E, desta vez, as forças da igualdade racial e social venceram.


Do leitor Chico Mendes, que participou da manifestação:

“02 de maio de 1967 e 11 de fevereiro de 2012. O que há em comum entre estas duas datas?

Naquele primeiro momento, vivia-se, nos Estados Unidos da América, um turbilhão de embates sobre a condição de negros e negras: um grupo de 29 panteras negras, militantes e guerreiros em prol de um tratamento igualitário, promovem uma entrada triunfal e convicta no Capitólio.

O congresso americano tomou um susto quando aquele grupo, aquela pequena onda negra adentrou a “Casa do Povo”. Estavam de armas em punho, pois, até ali, as leis permitiam que qualquer norte-americano portasse armas de fogo. Não era crime algum.

Um tabu e medo que perseguem a sociedade burguesa desde sempre, qual seja, armas na mão do povo, do eleitor. Entraram e fizeram seu discurso antirracista perante deputados brancos e assustados.

Pois bem: 45 anos depois, outra onda, de tamanho dez vezes maior mas com a mesma demanda, adentra, de forma surpreendente, símbolo da sociedade burguesa atual: um Shopping Center.

As armas que portavam não eram de fogo, eram armas verbais. Estavam armados, orgulhosamente, com a cor negra.

Militantes do movimento negro em São Paulo pegaram de surpresa a segurança do Shopping Higienópolis. Era por volta de quatro da tarde quando uns 300 militantes adentraram rapidamente e provocaram um frenesi nas faces brancas e rosadas da elite privilegiada deste país.

Ultrapassadas as três portas principais, objetivava-se, agora, chegar ao ponto central da casa que é a antítese da “Casa do Povo”. Os seguranças tentaram impedir, havendo um início de tumulto, logo superado pela onda negra que fazia pressão para que não se parasse nos corredores.

Tomamos o ponto central com nossas bandeiras, com nossas palavras, com nossa cor preta. A disposição arquitetônica deste centro mercantilista é perfeita para este tipo de ato, pois dos vários andares poder-se-ia avistar o nosso grito de protesto.

As forças de segurança do Estado racista brasileiro estavam em nosso encalço, mas fizeram as intervenções de rotina. Os militantes do movimento negro se revezavam ao microfone para dar o recado nunca antes ouvido pela elite branca que gastava ali o dinheiro advindo do suor do povo negro deste país.

Os olhares de perplexidade foram a tônica. Incredulidade da burguesia por termos chegado até onde chegamos. Ouvir verdades nunca foi o forte dessa gente. Enfatizo o fato de que o alvo poderia ter sido qualquer outro Shopping, mas era preciso algo a simbolizar nossa história de exclusão.

Esse templo do consumo carrega em seu nome a característica eugênica de nossa elite branca pensante de fins do século XIX e início do século XX. Nossas palavras fizeram eco. Nossa intenção jamais foi reclamar participação e existência naquele ambiente de luxo. Nossa intenção era denunciar, olho no olho, quem vive a custa do suor do povo negro.

Encerramos a manifestação e nossa alma foi duplamente lavada pela chuva que caía sem cessar. Vivemos um grande momento de Panteras Negras com aquela entrada. O Povo negro deste país existe e vai exigir sua participação em suas riquezas, doa a quem doer.”

Extraído do Blog da Cidadania